ESTRESSE
O Estresse e a Inflamação Crônica
NEUROLOGIA INTEGRATIVA
Carolina Gomes
5/24/20235 min read


O estresse é uma resposta fisiológica e psicológica do organismo diante de situações que demandam uma adaptação ou uma resposta rápida, seja ela física, emocional ou mental. Essas situações podem ser percebidas como ameaçadoras, desafiadoras ou emocionantes, e ativam uma série de mecanismos no corpo para lidar com elas.
A resposta ao estresse agudo, também conhecida como resposta de luta ou fuga, envolve a ativação do sistema nervoso simpático e da glândula adrenal. Quando uma pessoa é exposta a um estímulo estressante, como um susto, uma situação perigosa ou um desafio, o cérebro envia sinais para o sistema nervoso simpático, que libera adrenalina e noradrenalina na corrente sanguínea.
A adrenalina age aumentando a frequência cardíaca, a respiração, a pressão arterial e a glicemia, preparando o corpo para lidar com a situação. O cortisol é um hormônio esteróide produzido pela glândula adrenal em resposta ao estresse. Ele é considerado o principal hormônio do estresse no corpo humano e tem um papel importante na regulação de diversas funções fisiológicas, como o metabolismo da glicose, a resposta imunológica e a pressão arterial.
ESTRESSE CRÔNICO
No entanto, quando o estresse se torna crônico, ou seja, quando o organismo é exposto a situações estressantes por um período prolongado de tempo, essa resposta pode se tornar prejudicial. O excesso de cortisol no corpo pode levar a diversos efeitos negativos, como o enfraquecimento do sistema imunológico, o aumento do risco de doenças cardiovasculares, o ganho de peso e a redução da função cognitiva.
Além disso, o estresse crônico pode levar à inflamação crônica de baixo grau no corpo. Isso ocorre porque o cortisol, apesar de ter um efeito anti-inflamatório agudo, pode levar a um estado pró-inflamatório quando é produzido em excesso por períodos prolongados de tempo. O estresse crônico pode ativar o sistema imunológico e levar à produção de citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa).
A inflamação crônica de baixo grau tem sido associada a diversas doenças crônicas, como a obesidade, o diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares, a depressão e a demência. Portanto, é importante gerenciar o estresse de forma adequada e adotar hábitos saudáveis de estilo de vida para prevenir os efeitos negativos do estresse crônico no corpo.
Portanto, pode-se supor que a redução dos níveis cronicamente elevados de cortisol possa levar a uma melhora na produção e na resposta à adrenalina. No entanto, é importante ressaltar que a relação entre esses hormônios é complexa e depende de diversos fatores fisiológicos e ambientais, e mais pesquisas são necessárias para se entender melhor essa relação.
Inflamação crônica de baixo grau (ICBG)
A inflamação crônica de baixo grau (ICBG) é um estado de inflamação persistente de baixa intensidade no corpo, que pode estar associado a várias doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, câncer e doenças neurodegenerativas.
Existem vários exames laboratoriais que podem ser utilizados para identificar a inflamação crônica de baixo grau (ICBG), cada um com suas vantagens e desvantagens. Alguns dos exames mais comuns incluem:
Proteína C Reativa (PCR): A PCR é um marcador de inflamação produzido pelo fígado em resposta à inflamação sistêmica. É um dos testes mais utilizados para detectar a ICBG, pois é altamente sensível e pode ser facilmente medido em um teste de sangue de rotina. No entanto, a PCR também pode ser aumentada em outras condições, como infecções agudas, o que pode levar a resultados falsos positivos.
Proteína C Reativa (PCR) de alta sensibilidade: este é um marcador de inflamação que pode ser detectado em exames de sangue de rotina. A PCR de alta sensibilidade é mais sensível do que a PCR convencional e pode detectar inflamação de baixo grau que pode não ser detectada em outros exames.
Fator de Necrose Tumoral-alfa (TNF-α): O TNF-α é outra citocina pró-inflamatória que é produzida principalmente por células do sistema imunológico. Assim como a IL-6, é um marcador mais específico de inflamação crônica, mas menos sensível e mais difícil de medir.
Ácido úrico: O ácido úrico é um produto residual do metabolismo da purina que pode ser utilizado como um marcador de inflamação crônica. Níveis elevados de ácido úrico no sangue estão associados a um risco aumentado de doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes tipo 2.
Hemograma completo: O hemograma completo pode revelar uma contagem elevada de glóbulos brancos, o que pode indicar inflamação.
Homocisteína: A homocisteína é um aminoácido que pode estar elevado em pessoas com ICBG.
Velocidade de hemossedimentação (VHS): A VHS mede a rapidez com que os glóbulos vermelhos se depositam no fundo de um tubo de ensaio. Uma taxa elevada pode indicar inflamação.
Leptina: é um hormônio produzido pelas células adiposas que regula a saciedade e o gasto energético. Níveis elevados de leptina estão associados à inflamação crônica de baixo grau, resistência à insulina e obesidade.
Fibrinogênio: é uma proteína produzida pelo fígado em resposta à inflamação. Níveis elevados de fibrinogênio podem indicar inflamação crônica.
A ferritina é uma proteína intracelular que armazena ferro, sendo que suas concentrações no plasma podem aumentar em resposta a uma variedade de condições, incluindo inflamação. No entanto, é importante lembrar que a ferritina também é um indicador de estoques de ferro no corpo, e pode estar elevada por outras razões além da inflamação. Portanto, é necessário avaliar os níveis de ferritina em conjunto com outros marcadores de inflamação para interpretar corretamente os resultados.
É importante ressaltar que nenhum desses exames é perfeito e que os resultados devem ser interpretados em conjunto com a história clínica do paciente e outros fatores de risco para doenças crônicas.
O tratamento da ICBG tem como objetivo reduzir a inflamação e melhorar a função metabólica e imunológica do corpo. Aqui estão alguns dos melhores tratamentos baseados em evidências científicas recentes:
Dieta antiinflamatória: uma dieta rica em alimentos antiinflamatórios, como frutas, legumes, nozes, sementes, peixe e azeite de oliva, pode ajudar a reduzir a inflamação crônica. Alimentos processados, açúcar, gorduras trans e carnes vermelhas devem ser evitados.
Exercício físico regular: o exercício físico regular pode reduzir a inflamação crônica, melhorar a função imunológica e reduzir o risco de doenças crônicas.
Redução do estresse: o estresse crônico pode levar à inflamação crônica. Práticas como meditação, ioga e terapia cognitivo-comportamental podem ajudar a reduzir o estresse e a inflamação.
Sono adequado: a privação crônica de sono pode levar a um aumento da inflamação. É importante garantir um sono de qualidade e quantidade adequados.
Suplementos antiinflamatórios: alguns suplementos, como ômega-3, curcumina, vitamina D, probióticos e ácido alfa-lipóico, foram demonstrados em estudos clínicos para ter efeitos antiinflamatórios.
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